domingo, 4 de outubro de 2015

Um jogo tenso corre nos bastidores e poucos percebem

A crítica política do momento contra a presidente Dilma Roussef se concentra no loteamento político de sete ministérios entregues ao PMDB, tal negociação se deu para segurar o ímpeto dos deputados peemedebistas na aprovação do pedido de impeachment que está para ser submetido à plenária da Câmara dos Deputados.

Situação semelhante vive nossa prefeita Branca Motta, para quem não sabe ou se esqueceu, ainda temos na Câmara de Vereadores um pedido de impeachment contra a chefa do executivo, tratando-se do pedido de instauração da Comissão Processante das obras públicas denunciada pelo cidadão José Geraldo Aguiar.

O relatório preliminar já foi lido com o pedido de arquivamento da denúncia, porém o mesmo não foi votado, ainda!

Os vereadores que compõe esta comissão processante são todos da base governista, o presidente Clério Tadeu, o relator Carlos Ney e o vogal Moapizza Almeida se negaram a investigar as gravíssimas denúncias em diversas obras públicas para somente acatarem a defesa feita pelo jurídico da prefeita, tratou-se tão somente de uma investigação dentro do gabinete da chefa.

Porque então os vereadores ainda não votaram o relatório preliminar? Importante salientar que mesmo com o mesmo sugerindo pelo arquivamento, cabe somente a plenária a decisão de prossegue ou não com o processo de cassação da prefeita Branca Motta.

O que me chega de informação sobre as relações entre a prefeita e seus vereadores é que a situação é de extremo conflito, de interesses e tensões, ao passo que tanto a prefeita como boa parte de sua base, estão acossados por ações judiciais que estão para ceifarem seus mandatos, o TCE-RJ vem pressionando cada vez mais pela regularização do excessivo número de contratados, com isso o clima de chantagem mútua domina esses bastidores.


A prefeita recebe a pressão da legalidade pelo número escandaloso de contratados, e do outro lado, os vorazes de sua base parlamentar a pressionam para manter os contratados, há quem diga que juntos, os vereadores da prefeita contam com mais de 300 contratados e terceirizados no cabide da improbidade.

Recentemente o vereador Waldeir Chrisostomo nos apresentou uma mudança de postura que sem dúvidas está relacionada ao descontentamento da maneira como a prefeita lida com seus vereadores, e ele pela primeira vez protestou com contundência contra o caos estabelecido no bairro Lia Márcia, inclusive me chamou a atenção ele citando o nome da empresa Deiferson por diversas vezes no mesmo pronunciamento, algo muito semelhante com um recado enviado da tribuna para a residência da prefeita.

O grande perdedor deste jogo chantagista de poder sem dúvidas que é o contribuinte bom-jesuense, os vereadores em sua maioria absoluta na câmara sustentam toda sorte de esquemas escusos que prevalecem nas relações do poder público municipal, sempre gerando enormes prejuízos aos interesses coletivos em nome de uma governabilidade que afunda com todos que estão fora do barco governista.